data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Sabrina Ferrão (Arquivo Pessoal)
Com a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que anualmente ocorre de 21 a 28 de agosto, diversas pautas e histórias ganharam maior visibilidade, especialmente aquelas que contribuem com o que há de mais belo e digno para um ser humano: o amor e o respeito.
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Há 2 anos e 7 meses, a professora Sabrina Ferrão Costa, 42 anos, vive em um mundo de aprendizado diário e pequenas conquistas ao lado do marido, o paisagista Lisandro Viegler, 46 e do filho mais velho, Jônatas, 17, por conta de Daniel. Quando menino tinha apenas dois meses, a família recebeu a confirmação de que ele tem Síndrome de Down. Aos oito meses, Daniel precisou passar por uma cirurgia de catarata congênita, uma má formação total ou parcial do cristalino do olho gerada durante a gestação.
- Inicialmente, nós buscamos tudo que o município poderia nos oferecer até porque não sabíamos qual providência tomar. Saímos do hospital com duas situações. Nós conseguimos a cirurgia no Hospital de Clinicas, em Porto Alegre, com a ajuda da Defensoria Pública. E ao mesmo tempo, nos foi indicado a procura pela assistência social para sermos encaminhados para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a Apae - relata Sabrina.
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Em abril de 2019, Daniel e Sabrina ingressavam na Apae Santa Maria. Há 2 anos e 4 meses, a família vai à sede, no Bairro Juscelino Kubitschek, para que Dani, como é chamado, receba atendimento de fonoaudióloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Na medida em que o pequeno vai conquistando o mundo, a mãe vai perdendo o medo, assim como deixando antigas impressões para trás:
-Eu lembro que, quando começamos com a fono, eu ficava pensando se não era apenas para aprender a falar. Eu tinha essa falta de entendimento. Mas, fui aprendendo que envolvia também a forma como a criança iria se comunicar, articular e comer. E passei a registrar esses primeiros momentos.
Hoje, Sabrina não mede palavras para agradecer pelo apoio dado ao filho pela instituição.
-Ele se desenvolveu muito. E eu sempre digo que ter parado na Apae desde os três meses de vida foi algo que acalentou muito os nossos corações como família, porque não saber como é o desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down ou o que ele desenvolve de forma natural nos preocupava muito. E a Apae trouxe esse norte de atividades e orientações - argumenta a mãe, aconselhando que pais de crianças com deficiência foquem em estimular, dar atenção e aproveitar cada momento sem buscar respostas.
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AUXÍLIO
De acordo com o presidente da Apae Santa Maria, Robson Aita, desde a criação, a organização tem se empenhado em atender a todos os encaminhados, fazendo jus a temática da Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que é "tempo de transformar conhecimento em ação":
-No Brasil, temos uma das legislações mais avançadas do mundo no que diz respeito às garantias de direitos a pessoas com deficiência. No entanto, a maior parte do que é assegurado por lei não é acessível a todos. Atualmente, atendemos quase 500 pessoas semanalmente na APAE e nossa equipe trabalha diariamente, lutando pelos direito dos nossos atendidos.
A associação trabalha com politicas voltadas para a assistência, educação e saúde. Neste processo, mais de 5 mil pessoas são referenciadas. Com a pandemia, a instituição tem mantido, presencialmente, apenas os atendimentos de saúde. As vertentes educação e assistência seguem domiciliares até meados de Setembro. Entre os 49 funcionários da instituição em Santa Maria, está a psicóloga Priscila da Costa Soares, 36 anos. Trabalhando há três anos e seis meses no espaço, a profissional explica que o atendimento psicológico está ligado a ressignificação de visões ultrapassadas sobre pessoas com deficiência.
-Conseguimos realizar este trabalho, porque oferecemos um espaço de escuta qualificada, apoio e suporte para ampliar a voz dos nossos pacientes. Buscamos focar nas capacidades e habilidades que eles tem, independente da condição ou deficiência. É importante termos essa percepção de que o paciente é muito mais do que o diagnóstico em si - argumenta Priscila.
Proporcionar maior qualidade de vida ao paciente e consequentemente, a família também é uma das missões da fonoaudióloga Aline Costa, 32. Há quase três anos na instituição, ela se sente grata por presenciar o desenvolvimento de tantos.
-É extremamente gratificante poder contribuir para a melhora do quadro clinico do paciente, principalmente quando envolve questões de comunicação - comenta a especialista, destacando que o processo é um mérito de toda a equipe multi-disciplinar.
A terapeuta ocupacional, Gabriela Nunes Siqueira, 27, faz parte do grupo desde 2016. Entre atendimentos e histórias, ela percebeu que, com o tempo, torna-se um dever de cada parte da rede de apoio promover o diálogo sobre respeito às diferenças:
-A busca por reconhecimento e respeito às pessoas com deficiência é todos os dias. Não é apenas em uma semana. Porque, quem está diariamente ao lado deles são os profissionais, a família, a escola. Cabe a nós passarmos para a comunidade em geral o quanto essas pessoas são singulares e merecem respeitadas.
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A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Maria atende de segunda a sexta, das 7h50min às 11h50min e das 13h30min às 17h30min. O serviço é prestado a pacientes e famílias encaminhadas pela Secretaria de Saúde do município. Para mais informações, entre em contato pelo (55) 3212-2111 ou pelas redes sociais da instituição: Facebook e Instagram. data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Fabiano Marques (arquivo/especial)